O que é capsulite adesiva do ombro?
A capsulite adesiva é uma patologia também conhecida como “ombro congelado”. É uma enfermidade que apresenta possível relação com processos autoimunes, embora sua causa ainda não seja completamente compreendida.
A doença é causada pela inflamação dos ligamentos que unem o osso do braço (úmero) ao osso da escápula, resultando em rigidez e dor no ombro. Os sintomas podem evoluir para uma dificuldade significativa de movimentação no ombro. Após um período de piora, o ombro começa a melhorar gradualmente, porém a recuperação completa pode levar até três anos. O tratamento consiste em medidas para controlar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a mobilidade.
Quais são as causas da capsulite adesiva do ombro?
As causas da capsulite adesiva ainda são incertas, no entanto, sabe-se que pode ser desencadeada por uma reação autoimune que afeta a cápsula, causando uma inflamação dolorosa e intensa seguida de rigidez.
Alguns fatores conhecidos como “gatilhos” podem iniciar a capsulite adesiva:
# Fatores que causam imobilidade
Lesão do manguito rotador;
Fraturas na região do ombro;
Pós cirurgia no ombro;
Acidente vascular cerebral (derrame)
# Fatores relacionados a doenças sistêmicas
Diabetes, principalmente os insulino dependentes (Tipo I);
Hipertireoidismo;
Hipotireoidismo;
Mal de Parkinson;
Convulsões;
Doenças cardiovasculares
Como os sintomas da capsulite adesiva evoluem?
Estágio 1 – Fase Inflamatória ou Congelamento:
Caracterizado por dor progressiva, acompanhada de perda de mobilidade. Dura aproximadamente 9 meses.
Estágio 2 – Rigidez ou congelamento:
Os sintomas dolorosos progressivamente melhoram, mas a rigidez atinge o ápice. Há uma grande limitação de mobilidade do ombro, tornando atividades simples do dia a dia, como vestir uma camisa ou tomar banho, muito difíceis de serem realizadas. Esta fase pode durar aproximadamente 18 meses.
Estágio 3 – Descongelamento:
Nesta fase os movimentos retornam progressivamente, porém o retorno completo tanto da força como do movimento pode demorar até 2 anos.
Como é feito o diagnóstico da capsulite adesiva?
O diagnóstico da capsulite adesiva é feito através da história e exame clínico, auxiliado pelos exames complementares.
A radiografia (RX) é utilizada para excluir outros diagnósticos diferenciais como artrose e tendinite calcárea.
Na ressonância nuclear magnética (RNM) aparecem alterações tênues que têm que ser levadas em consideração quando há uma suspeita clínica de capsulite adesiva.
Como tratar a capsulite adesiva do ombro?
O tratamento depende da fase da doença em que se encontra o paciente.
Estágio 1 – Fase Inflamatória ou Congelamento:
Nesta fase o objetivo é o controle da dor (Analgesia) e à medida que a dor for diminuindo, são realizados exercícios para ganho de mobilidade do ombro.
Podem ser utilizados: analgésicos, anti-inflamatórios não hormonais, corticoides e infiltração articular.
Estágio 2 – Rigidez ou congelamento:
Nesta fase a dor é menos intensa, mas ainda pode ser necessária a utilização de medicação analgesia. Aqui foca-se nos exercícios que promovem o alongamento da porção posterior da cápsula.
Pode-se realizar uma infiltração no ombro seguida de manipulação para alongar a cápsula e recuperar o alongamento dos ligamentos de forma mais rápida.
Estágio 3 – Descongelamento:
Por fim, nesta fase deve-se manter a amplitude dos movimentos do ombro e exercícios para reforçar a musculatura do ombro e cintura escapular, focando nos músculos que ficaram inativos durante as duas fases anteriores.
Infiltração articular no ombro
Este procedimento serve para introduzir uma medicação anti-inflamatória muito potente na articulação do ombro. Pode ser feita no estágio 1 e no estágio 2 para diminuir a inflamação e acelerar a recuperação da doença.
No estágio 1 a infiltração é feita no consultório utilizando-se anestesia local, uma agulha é introduzida no ombro, guiada por ultrassonografia, e tem o objetivo de diminuir a reação inflamatória do organismo contra a cápsula. Os resultados normalmente causam uma diminuição expressiva da dor e permite uma recuperação mais rápida permitindo que o fisioterapeuta consiga realizar exercícios para ganho de movimento mais precocemente.
No estágio 2, quando o ombro está muito rígido, é realizada a infiltração seguida de manipulação no ombro. Este procedimento é feito no centro cirúrgico sob sedação (não é necessário anestesia geral) para que o paciente não sinta dor, e tem o objetivo de romper as aderências e fibroses (tecidos espessos) que causam a restrição de movimento do ombro.
Quando e como é feita a cirurgia para tratar a capsulite adesiva do ombro?
O procedimento cirúrgico somente está indicado em casos pontuais onde não há progressão do ganho de mobilidade nos estágios 2 e 3. A cirurgia é feita através de artroscopia e tem o objetivo de liberar a cápsula e ligamentos que se encontram espessados.
Fonte: OrthoInfo